MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO EXISTENTES
Um
professor, hoje, para Alfabetizar de verdade, especialmente em Escolas
Públicas, precisa rever muitos conceitos, revolucionar sua prática e
apropriar-se de muitas elaborações científicas recentes, para tal, ele
merece receber um acréscimo amplo em sua formação. O professor deve ser
valorizado como centro de estratégias de ensino. O professor não recebe
uma receita pronta para reproduzir, mas, sim, ele se apropria de uma
apoiada teoria, e isto implica em ações presenciais de formações, bem
como são imprescindíveis muitas estratégias de vinculação da prática com
a teoria, para otimizar as possibilidades de profissionalização dos
professores regentes de classe, condições necessárias para conseguir
alfabetizar.(Ivete)
01) MÉTODO PAULO FREIRE
O
Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de
adultos desenvolvida pelo educador Paulo Freire, que criticava o sistema
tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da
didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam
pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de
forma forçosa (em linguagem de cartilha), como "Eva viu a uva"; "O bebê
baba", entre muitas outras.
O
processo proposto por Paulo Freire iniciava-se pelo levantamento do
universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o
educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e assim seleciona
as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de
palavras geradoras pode variar de 18 a 23 palavras, aproximadamente.
Depois de composto o universo das palavras geradoras, passa-se ao
processo de exercitá-las com a participação do grupo.
A
silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser
estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método
tradicional. Cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica,
com a mudança da vogal. Por exemplo, para a palavra "ROBÔ", as sílabas
são: RA-RE-RI-RO-RU, BA-BE-BI-BO-BU.
As
palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando
as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas. ( Ivete)
02) MÉTODO SINTÉTICO
O
método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia,
entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra,
ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.Os métodos sintéticos podem
ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico.
03) MÉTODO ANALÍTICO
O
método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende
que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio,
os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades
completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por
exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois,
dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.
04) MÉTODO ALFABÉTICO
Alfabético
estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas
juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras
que constroem o texto.
05) MÉTODO FÔNICO
No
fônico também conhecido como fonético, o aluno parte do som das
letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a
sílaba formada.
06) MÉTODO SILÁBICO
No silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras
07) MÉTODO DA LINGUAGEM TOTAL
Também
conhecido como “whole language”, a Linguagem Total, criada pelos
lingüistas Keneth e Yetta Goodman, tem como principal tese a idéia de
que se “aprende lendo”, e que, portanto, a utilização de imagens e sons
deve ser evitada. Por este método, o professor apresenta textos para os
alunos e os lê em voz alta, fazendo com que os estudantes acompanhem. A
partir daí, a criança começa a conhecer a linguagem escrita, aprendendo
as palavras, as sílabas e as letras. Sem utilizar cartilhas, este
método, que foi bastante disseminado nos Estados Unidos, teve como
principal crítica a falta de questões relacionadas à compreensão da
natureza alfabética do sistema de escrita e à aprendizagem do valor
sonoro do alfabeto. Embora em menor escala, este método ainda é
utilizado em estabelecimentos alternativos no Brasil.
08) MÉTODO DA ABELHINHA
Método que foi empregado em escolas públicas do Rio de Janeiro na década de 70.
Criado
pelas educadoras e pesquisadoras Alzira S. Brasil da Silva, Lúcia
Marques Pinheiro e Risoleta Ferreira Cardoso, esse método foi
experimentado na Escola Guatemala em 1965.
Segundo
Silva, na década de 70, o método já era largamente empregado em escolas
públicas do Rio de Janeiro com resultados muito satisfatórios: 80 a 95%
de alunos aprovados em escolas de população desfavorecida e taxas mais
elevadas em escolas de classe média. Conforme a autora, o Método Misto
parte do moderno conceito de leitura como atividade que visa
decodificar, isto é, aplicar um código para descobrir o sentido do que
está escrito – a mensagem. A escrita corresponde a codificar, isto é,
por uma mensagem um código. De início procura dar à criança essas
noções, bem como a compreensão do mecanismo da leitura e da escrita e da
importância de buscar o sentido do que se lê.
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática- Petrópolis, RJ: vozes, 2005.
( Marta)
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Desde 2007, a Secretaria de Educação, em parceria com a UNDIME/RS,
desenvolve o Projeto Piloto para Alfabetização de Crianças com 6 e 7
anos, articulado com as metas do Compromisso Todos pela Educação, Agenda
2020 e Plano de Desenvolvimento da Educação-PDE do Ministério da
Educação.
Esta experiência em andamento no Rio Grande do Sul demonstra que, em um
curto período, é possível melhorar o processo de alfabetização no
Brasil – onde cerca de metade dos alunos chega à 4ª série sem saber ler
ou escrever adequadamente.
A adoção de três metodologias diferenciadas em 410 turmas da rede
pública estadual, desde 2007, elevou em até 25% a média de desempenho
dos estudantes e deflagrou um debate sobre a necessidade de se
reformular o ensino do bê-á-bá nas escolas.
Em 2007 e 2008, o Projeto desenvolve-se por meio de três programas sob responsabilidade de instituições que fazem capacitação dos professores e produção de material didático.
Para definir que nível de habilidade deve ter uma criança ao terminar a
nova 1ª série no Ensino Fundamental de nove anos, a Secretaria Estadual
da Educação (SEC) convocou o Instituto Ayrton Senna- São Paulo-
Circuíto Campeão/Gerenciamento de aprendizagem; o Grupo de Estudos sobre
Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa)-Rio Grande Do Sul,
Alfabetização com base teórica pós-construtivista; e o Instituto Alfa e
Beto, de Minas Gerais- alfabetização pelo método fônico, para aplicarem
suas metodologias educacionais em turmas que somavam 8,6 mil alunos.
Ao final do ano, os alunos incluídos no projeto-piloto responderam a um
exame para medir sua aprendizagem. Um quarto grupo, que não participou
de nenhum trabalho especial, também foi testado para permitir a
comparação com o ensino tradicional praticado nos colégios
estaduais.(Texto extraido de um Polígrafo da SE( Secretaria da
Educação), enviado para as escolas que estavam aplicando estes três
projetos.
Em
2007, o Projeto teve o objetivo de construir a matriz de competências e
habilidades cognitivas em Leitura, Escrita e Matemática desenvolvidas
com alunos de 6 anos.
Em
2008, o objetivo passou a ser o de construir essa matriz também para
alunos de 7 anos de forma a assegurar a alfabetização das crianças até o
final dos dois primeiros anos do ensino fundamental.
Em 2008, foi financiado com recursos do MEC por meio do PAR/PDE.
Em 2009, a Secretaria de Educação vai disponibilizar a toda rede
estadual as metodologias do Projeto Piloto aplicadas em 2007 e 2008. Em
reuniões nas CRES, as escolas escolherão uma metodologia para ser
desenvolvida com seus alunos. Após essas reuniões, A SEC/RS organizará o
calendário de capacitação dos professores de acordo com as metodologias
escolhidas.(Ivete)
AULA ENTREVISTA COM UM ALUNO NA E.E.E.F. MAURÍCIO SIROTSKY SOBRINHO
Realizada por Rosali
* Em anexo (abaixo na página) em power point encontra-se a aula entrevista completa.(Rosali)
MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO - GEEMPA
Enquanto o construtivismo prega a necessidade de que o próprio aluno
“construa” seu conhecimento a partir de provocações do professor,
testando hipóteses que ele mesmo cria, o pós-construtivismo acrescenta a
isso a necessidade de troca de experiências entre as
crianças. (IVETE)
(ROSALI)
O método do GEEMPA para alfabetizar ultrapassa o construtivismo. Houve
uma ruptura com o construtivismo e o método contemplou autores evoluindo
e modificando o método para o pós construtivismo. A Esther Grossi
afirma que: "Não há nada pronto no conhecimento há sempre o que melhorar
e aprimorar, poderá chegar um momento que talvez, provem que há algo
errado com o método" e ela terá de modificá-lo novamente. Uma escritora
a qual ela solicita ajuda ,regularmente, é a Sara Paim e assim mesmo,
ás vezes, discorda. O método do GEEMPA em estudos e pesquisas possui 36
anos. (ROSALI)
Como conhecimento e prática sobre o método do GEEMPA no ano de 2007 cursei - Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação, em Porto Alegre, nos dias 9,10,11,12 e 13 de março; com a duração de 55 (cinquenta e cinco) horas - aula. Os autores que embasam este método são: Piaget, Vigosky, Wallon, Dienes e Picard, Emília Ferreiro, Sara Paim e Gerard Vergnaud.
.
Palestrante Colombiano de Psicologia
Dia 11/03/2007
Aspectos psicanáliticos do aprender: os caminhos do desejo. Psicanalista Miguel Massolo Análise de experiências de alfabetização, em particular o projeto Piloto na Colômbia.
Aprendizagens observadas referente ao Curso do Geempa na palestra antropológica do curso no ano de 2007(ROSALI):
Porto Alegre, 10 de março de 2007.
Relações entre saúde e educação: Há doença que impede de aprender? Drª Ana Cecília Lins Sucupira
(ROSALI)Sobre a merenda:
(IVETE)Os
alunos atuam em pequenos grupos e discutem as respostas para suas
próprias dúvidas. O trabalho é marcado pela interpretação de palavras e
textos relacionados ao universo dos estudantes, para estimular o
interesse"
"Atingindo o Impossível.
Desde o
início da nossa história tem sido impossível vencer o desafio de
alfabetizar todos os brasileiros. Atualmente, em cada ano letivo, menos
de 50% dos inscritos em classes de alfabetização conseguem ler e
escrever um texto. Estes alunos engrossam mais tarde o contingente de 50
milhões de analfabetos adultos que dolorosamente atestam uma grave
incompetência escolar.
A réplica de
um barco a vela construído com materiais do cotidiano, de Arthur Bispo
do Rosário, representa a proposta de ensino do Geempa, que tem mostrado
eficácia para atingir o que tem sido impossível.
Dentre
muitas riquezas deste"Grande Veleiro", sua escolha aqui busca enfatizar a
esperança do prazer de aprender para muitíssimos que dele estão
excluídos, desde as nossas orígens e em quase todas as escolas.
Arthur Bispo
do Rosário era esquisofrênico-paranóide e vivia internado no Centro
Psiquiátrico Pedro II, onde a Doutoura Nise da Silveira revolucionou os
métodos de atendimento ao portador de transtornos mentais, e de cuja
revolução resulta o esplêndido Museu de Imagens do Inconsciente.
Por que o Grande Veleiro como Símbolo?
A única
possibilidade de um barco a vela mover-se é a presença do vento, assim
como única possibilidade de esperança de a escola ensinar a todos é uma
ação docente eficaz.
Uma ação
eficiente eficaz tem duas características essenciais-ela é
cientificamente embasada e o professor é apaixonadamente desejante no
cumprimento de suas responsabilidades.
A proposta
do Geempa é cientificamente embasada e sua âncora são as bases teóricas
sólidas do pós-construtivismo, definido graças à herança magnífica a nós
legada por Piaget, Vygotski, Wallon, Gérad Vergnaud, Sara Paim e todo
um conjunto convergente de elaborações na antropologia, na psicanálise,
na medicina, na pedagogia e na psicologia da inteligência.
Por isso, o
Geempa se candidata para garantir a eficácia da ação docente que tenha a
força de invenção para atingir este impossível. Mas ela precisa estar
associada à paixão de ensinar que não faltará aos professores, os quais
são historicamente uma categoria constituida por pessoas compromissadas
com utopias, à espera de um instrumento pedagógico que lhes garanta
operacionalizar seus propósitos.
Outrossim, é imprescindível o papel dos dirigentes educacionais na coordenação do Projeto Geempa.Esther Grossi"(Ivete)
MÉTODO ALFA & BETO (Método Fônico)
Enfoca
a relação das letras com os sons correspondentes. É o método que tornou
célebre a cartilha de antigamente e, nas últimas décadas, perdeu espaço
para a escola construtivista no Brasil. Estabelece metas por períodos,
exercícios para fixação dos conteúdos e aprimoramento das habilidades
(como o “desenho” das letras) e avaliações periódicas. Livros didáticos e
de histórias servem como material de apoio"
A
Alfabetização de crianças e Adultos: novos parâmetros, no qual trabalhei
com uma turma, ano de 2007 com crianças de 06 anos, através do Projeto
Alfa & Beto, de Autor João Batista Araújo e Oliveira, de Belo
Horizonte, Minas Gerais, propõe Alfabetização: uma mudança de
perspectiva num Brasil em mudança..
A
Alfabetização de Crianças e Adultos-Novos Parâmetros, é mais um dos
ainda insuficientes sinais de que a mudança de perspectiva está
acontecendo na alfabetização no Brasil. Talvez não seja mera
coincidência o fato de ela ocorrer num Pais que está também mudando,
assim se espera, rumo ao desenvolvimento e ao progresso social e
cultural. Lutas difìceis e incertas, uma como a outra. Não são
independentes: aprimeira é apenas uma das frentes em que a segunda se
move.
Para tratar
da Alfabetização, João Batista Araíjo e Oliveira apóia-se numa corrente
científica que tem vindo a crescer nos últimos trinta anos mas que ainda
é pouco praticada e se mantém quase deconhecida no Brasil - a Ciência
Cognitiva da Leitura. A capacidade de leitura apresenta duas
características notáveis:é uma das mais complexas do ponto de vista da
sua organização cognitiva e cerebral; e, sendo sem dúvida um produto da
história socio cultural da humanidade, só foi possível como
aproveitamento de capacidade biológicamente determinadas.A sua aquisição
por cada indivíduo é um empreendimento difícil, que exige esforço
pessoal e instrução adequada, e cujo sucesso ou insucesso influencia
grandemente o futuro estatuto social do aprendiz e leitor. O estudo
cognitivo da leitura merece hoje ser chamado de ciência por duas
razões:porque, tendo-se constituido numa base interdisciplinar que
reúne psicologia congitiva, linguística e neurociências, adquiriu uma
dinâmica própria; e porque, pela virtude mesma do seu método, isto é,
pela verificação experimental de hipóteses no laboratório e fora deste,
tem demostrado uma alta capacidade explicativa da leitura e da sua
aprendizagem.
Este
intrumento importante de mudança na maneira de conceber, planificar e
praticar a Alfabetização no Brasil é o objetivo do Projeto Alfa &
Beto. Mostrar concepções da alfabetização, atualmente dominantes no
Brasil, não são coerentes com as descobertas da Ciência Cognitiva.
Propor princípios pedagógicos eficientes, demonstrar que o alfabetizador
deve explicitar o princípio alfabético e as mais elementares relações
grafema-fonema, utilizando paa isso materiais didáticos de eficácia
comprovada, reabilita o que chama de proscritos: a memorização, a
caligrafia, o ditado e a cópia.(Ivete)
MÉTODO AYRTON SENNA
"O
que é: não é propriamente um método didático de alfabetização, mas um
sistema para o aprimoramento da gestão educacional. Os professores têm
metas de conteúdo que devem ser aprendidos pelos alunos a cada bimestre e
agem com base em indicadores, reforçando conteúdos ou estimulando os
alunos a não perderem aulas, por exemplo. Supervisores acompanham os
professores e o andamento da disciplina. O material de apoio inclui
obras de literatura infantil"(Ivete)
Primeiramente, para selecionar os integrantes do Programa, é realizado um teste anual que indica se a criança está ou não alfabetizada. Se for constatada a necessidade, o aluno pode participar do Se Liga durante um ano. Para atender aos alunos, os professores passam por treinamentos específicos, que incluem seguir estratégias pedagógicas e gerenciais desenvolvidas pelo próprio Instituto Ayrton Senna. Além do material didático, uma das principais atividades em sala de aula é o exercício da leitura. Para isso, cada turma recebe uma “caixa de literatura”, como é chamada, com 30 livros de histórias infanto - juvenis. Inicialmente, os alunos “lêem” livros de imagem, apoiados pelo professor e, na medida em que desenvolvem as habilidades leitoras, ganham autonomia para a leitura de livros com texto. Também o conteúdo dos livros é debatido em sala de aula, o que ajuda a aguçar tanto a curiosidade quanto o espírito crítico dos alunos. Para garantir o bom desempenho dos professores nas aulas, foi organizada uma estrutura para o Programa Se Liga baseada em dois aspectos principais: equipe de pessoal e recursos tecnológicos. Assim, em um dos aspectos, a estrutura está apoiada em uma equipe composta de coordenadores e supervisores estaduais e municipais, os quais mantêm contatoentre si, com os técnicos e a equipe do Instituto Ayrton Senna.Maiores informações no site http://senna.globo.com/institutoayrtonsenna/programas_home.asp ACESSO DIA 02/10/2009 ÀS 19:52 H (Rosali)
MÉTODO FREINET
PREMISSAS DE FREINET
Ênfase consiste num trabalho cooperativo entre professor e aluno.
Freinet nasceu em 1896 no sul da França.
A
proposta Freinet situa-se muito além de suas técnicas, estimula a busca
dos professores por novos caminhos, num trabalho cooperativo que
promove uma nova interação professor e aluno. Freinet defende a
necessidade de uma crítica leal e sadia, sobre este assunto, explicita
que não pode progredir se só se vê um lado das coisas. Freinet
questionou a eficiência das rígidas normas educacionais. Era preciso
mudar. Surgiu a idéia da aula-passeio que passou a ser realizada
diariamente. Convém ressaltar que cada técnica deve ser pensada frente a
realidade escolar em que atuamos.
Nessas aulas, as crianças tinham contato com a Geografia, a História, as Ciências Naturais e Sociais.
Freinet, refletindo o seu fazer pedagógico, foi criando invariantes que permitem ao professor, até hoje, avaliar a sua prática.
Invariantes
são princípios voltados ao desenvolvimento e a educação e que não
variam seja qual for o povo que os aplique. Servem como parâmetro para
que o professor reflita sobre sua prática.
São divididos em três grandes grupos:
1- A Natureza da criança
2- As reações das crianças
3 - As técnicas educativas
vou completar...
Relação de Freinet com Piaget
Piaget(1896-1980)
e Freinet (1896-1966) foram contemporâneos. Apesar disso não chegaram a
realizar trabalhos em conjunto. Piaget tomou conhecimento do trabalho
realizado por Freinet e assim se expressou, segundo Sampaio: "Freinet
atingiu, os objetivos constantes na escola ao pensar no desenvolvimento
dos interesses e na formação social da criança..."
vou completar...
Magdalena
ALFABETIZAÇÃO / CONSTRUTIVISTA
Afabetizar é mais que decodificar.
Ao
invés da clássica pergunta: como se deve ensinar a escrever, Emília
Ferreiro pergunta como alguém aprende a ler e escrever independente do
ensino.
As
teorias desenvolvidas por Emilia Ferreiro o processo de aprender
desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de conhecimento
queé realizado pelo o educando que passa ser visto como agente e não
como ser passivo que recebe e absorve o que foi "ensinado".
Nos
trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão ,
imaturidade, habilidades motoras deixam de ter sentido isoladamente como
costumamser trabalhados. Estimular aspectos motores, cognitivos e
afetivos, são importantes , mas vinculados ao contexto da realidade
sócio-cultural dos alunos.
Para
Ferreiro, "hoje a perspctiva construtivista considera a interação de
todos eles, numa visão política, integral, para explicar a
aprendizagem".
Durante
o processo de alfabetização o aluno se encontra em diferente níveis
que vão ocorrendo durante a construção e que assumem importante papel
porque a interação entre eles é fator de suma importância para o
desenvolvimento do processo.
Os diferentes níveis explicam os diferntes ritmos e as diferenças individuais de cada aluno.
Segundo Emilia Ferreiro são:
1)
Nível Pré-Silábico - não se busca correspondência com o som; as
hipóteses das crianças são estbelecidas em torno do tipo e da quantidade
de grafismo. Nesse nível a criança tenta:
diferenciar entre desenho e escrita
utilizar no mínimoduas ou três letras para poder escrever palavras
reproduzir
os traços da escrita, de acordo com seu contato com as forma gráficas,
escolhendo a que é mais familiarpara usar nas suas hipóteses de escrita.
2) Nível Silábico - pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:
Silábico
- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está
relacionada com o "som"das palavras, oque a leva a sentir a
necessidade de usar uma forma grafica para cada som. Utiliza os simbolos
gráficos de foram aleatória, usandoapenas consoantes, ora apenas vogais
, ora letras inventadas e e repetindo-as de acordo com o número de
sílabas das palavras.
em construção......
https://sites.google.com/site/metodosdealfabetizacao/metodos-existentes-de-alfabetizacaoNo meu entender, as vertentes dos métodos onde não se segue linearmente a ordem alfabética (b,c,d) tem várias vantagens. Dentre elas, a que considero fundamental: as palavras e frases geradas costumam ter mais sentido que nos métodos silábicos tradicionais. Por exemplo: Ao invés de Bia é a babá, no método da Abelhinha, quando se aprende primeiro o v,d,l, m, poderia ser gerada a sentença: "A vida é uma dádiva", que pode inclusive gerar enriquecimento do vocabulário. Em "O leão dá medo" também há mais sentido que em "vivi viu a uva". Quem é Vivi? Por que ela vê logo a uva? Por que não vê outra coisa? O que tem de significativo em alguém ver uma uva? É claro que estes problemas de insignificância de conteúdo podem ser resolvidos em qualquer método, desde que haja no professor desejo real de criar uma atmosfera menos artificial, mais significativa, mais realista em sala de aula. Sempre é possível, seja qual for o método ou mesmo não seguindo método algum, em uma postura completamente inovadora ou construtivista, fazer com que o processo de aprendizado da leitura e da escrita seja o mais próximo possível da realidade, afinal, que utilidade teria a linguagem que não a social? É mesmo difícil de compreender que depois que ensinamos que "O boi bebe e baba" consigamos exigir que o aluno seja criativo, crie textos lindos e repletos de significado se nunca conseguimos mostrar a ele que a leitura e a escrita servem para comunicar idéias, pensamentos, que são expressão da realidade, do dia-a-dia e podemos utilizá-la para falar de nós mesmos, do mundo e da realidade que nos cerca. É interessante o resultado que pode surgir quando o professor se empenha em empregar palavras comuns, diárias, palavras normais e significativas, que digam algo ao aluno. Mais que escolher um método, penso que seja interessante saber criticar o método, modificá-lo, porque método não pode ser camisa de força. Se alguma coisa nele não lhe agrada ou não funciona com sua turma, fique a vontade! E quem disse a você que não se pode modificar o método? Que ele é feito receita pronta e precisa ser seguido nos mínimos detalhes? Misturar, ser eclético, cortar o que acha absurdo, adicionar o que acha interessante, enfim, criar e recriar a realidade junto com sua turma. Desconfio do pronto e acabado. O ideal é sempre trocar idéias e estar disposto a mudanças. (Profª Tacia)
Você se lembra do tempo em que foi alfabetizado? Tente fazer um exercício de memória, recuperando informações sobre:
· ano em que foi alfabetizado;
· método utilizado pela professora;
· materiais e/ou livros didáticos da época;
· rituais de avaliação da alfabetização, envolvendo a demonstração do aprendizado da escrita;
· exercícios e procedimentos mais utilizados;
· contexto de sala de aula;
· interações de colegas e professores com a escrita.
Muitos
alunos guardam lembranças nítidas do período de alfabetização, por
algumas razões: porque havia uma definição sobre o momento certo do
aprendizado, porque os métodos de alfabetização eram mais explícitos,
porque a cartilha ou pré-livro eram os primeiros materiais a que
tiveram acesso. Lembrar-se de cartilhas ou pré-livros e outros
materiais que circulavam em sala de aula também traz à tona um conjunto
de informações sobre as didáticas utilizadas. Se analisarmos cada
situação de aprendizagem rememorada por você e seus colegas, vamos
perceber coincidências de uso de um mesmo material, numa mesma região e
estado, e também o uso simultâneo de métodos diferentes, numa mesma
época ou numa mesma escola. Encontraremos também práticas de
alfabetização constantes, que se repetem para pessoas de diferentes
idades.
Os métodos de alfabetização não são a melhor coisa do mundo. Mas não há nada melhor para alfabetizar um grupode pessoas, do que usar-se um método de alfabetização. Os métodos de alfabetização podem ser classificados quanto a dois aspectos: a) estratégia usada pelo professor ou abordagem b) ponto de partida da leitura Quanto à estratégia usada pelo professor ou abordagem, os métodos podem ser globais ou não globais. Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas dentro de um contexto; são contextualizadas. Não Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas soltas; são descontextualizadas. Quanto ao ponto de partida da leitura, os métodos podem ser sintéticos ou analíticos. Sintéticos: também chamados fonéticos ou fônicos, têm como ponto de partida os sons das letras(fonemas) ou os sons das sílabas (unidades fonéticas). Analíticos: têm como ponto de partida palavras, frases ou textos. O ponto de partida da leitura determina a operação lógica predominante que o aluno vai fazer no início da alfabetização. Se o aluno partir da palavra para chegar às letras, a operação predominante é a análise e, por isto, o método é analítico. Se o aluno partir das letras ou das sílabas para chegar à palavra, a operação predominante é a síntese e, por isto, o método é sintético. Os métodos fonéticos são sintéticos. Os métodos não fonéticos são analíticos Fonação, Fonético ou Fônico: Você já percebeu como a cultura popular criou, e cria ainda hoje, muitas músicas e brincadeiras utilizando tanto o nome das letras do ABC, como sua seqüência? o aluno aprende a emitir os fonemas e a aglutiná-los. b...a...bá Usado na Inglaterra desde o século XVIII. Geralmente, as lições dos livros do método fônico vão se apresentar com palavras ou pequenos textos e é no manual do do professor que vai ser explicitado em que momento se farão as apresentações das letras, assim como qual recurso vai servir para a emissão dos fonemas: uma estória: “Quando a escova via a abelhinha pensando, dizia numa voz muito rouca e misteriosa: e…e…e…” , no livro Minha Abelhinha; uma pergunta relacionada a uma onomatopoeia e a uma estória que liga os personagens numa trama, como o “ o martelo que dá pancadas: p … p… p…” em Tempo de Aprender. Exemplos: Método Iracema Meireles e Método Montessori
Este método traz uma vantagem.
Nos casos em que realmente há uma correspondência direta entre a fala e
sua representação escrita, os aprendizes vão decifrar rapidamente,
desde que entendam esta relação e decorem as correspondências. Casos
de correspondência mais direta entre fonemas e letras, por exemplo,
descritos por Lemle são: p/b, v/f, t/d. Estas letras, em qualquer
posição, seja no início, meio ou fim de sílaba, sempre serão
decodificadas/lidas da forma como se escreve e também sempre serão
codificadas/escritas, da forma como se fala.
No entanto, existem alguns problemas:
há variações dialetais na pronúncia das palavras e, mesmo assim, elas
são escritas de forma estável. Por outro lado, várias palavras são
escritas de uma forma e pronunciadas de outra, como tomate ("tumati").
Uma letra pode representar diversos sons, segundo sua posição na
palavra (letra s em final e início de sílaba, entre vogais, vai ser
pronunciada diferentemente) e um som pode ser representado por várias
letras (o som u pode ser representado pela letra u (uva), pela letra o
(ralo) e pela letra l (funil). Então, o princípio de relação direta de
fala com escrita não se aplica, na maioria dos casos. Por isso, temos a
ortografia e diversas convenções para estabilizar estas diferenças de
representação.
Outro problema
identificado é que a consoante é uma unidade abstrata, não pronunciável
sem o apoio de uma vogal. É por isso que, ao ensinar o fonema /f/, por
exemplo, era preciso pronunciá-lo com o apoio de uma vogal, que ficava
meio escondida na emissão sonora, para que pudesse se materializar o
"som".
Para aliviar esta falta de sentido e aproximar os alunos de algum significado, foram criadas variações do método fônico.
O que diferencia uma modalidade da outra é a maneira de apresentar
estes sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra
vinculada à imagem e ao som, de um personagem associado a um fonema, ou
de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas.
Há duas "correntes". Na sintética, o aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar palavras. Na analítica,
o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte para a
associação entre o som e as partes das palavras. Pode utilizar
cartilhas.Soletração: o aluno aprende o nome das letras e suas combinações. bê... a... bá É o método mais antigo e difundido no mundo ocidental. Por ele, certamente, aprenderam: Camões, Cervantes, Shakespeare e todos os escritores ocidentais até o começo do século XX. Silabação: o aluno aprende as famílias silábicas. ba be bi bo bu É muito pouco usado, atualmente. Na prática virou uma etapa da palavração e da soletração. No método silábico, a principal unidade a ser analisada pelos alunos é a sílaba. No entanto, em várias cartilhas o trabalho inicial centra-se nas vogais e seus encontros, como uma das condições de sistematização posterior das sílabas.
Também no
desenvolvimento do método silábico, geralmente é escolhida uma ordem
de apresentação feita segundo princípios calcados na idéia "do mais
fácil para o mais difícil", ou seja, das sílabas "simples" para as
"complexas". Utilizam-se palavras-chave apenas para apresentar as
sílabas, que são destacadas de palavras e estudadas sistematicamente em
famílias silábicas, que são recompostas para formar novas palavras. O
método permite que se criem novas palavras apenas com as sílabas já
apresentadas e, gradativamente, formam-se pequenas frases e textos,
também forjados para apresentar somente as combinações entre sílabas já
estudadas. O método silábico tem uma vantagem: ao se trabalhar com a
unidade sílaba, atende-se a um princípio importante e facilitador da
aprendizagem: quando falamos, pronunciamos sílabas e não letras ou sons
separados. Assim, suprime-se a etapa mais tortuosa por que passa o
aluno ao tentar transformar letras ou sons em sílabas, como nos métodos
de soletração ou fônicos. Por outro lado, o método silábico se presta
bem a um trabalho com determinadas sílabas às quais o princípio de
relação direta do fonema (som) com o grafema (letra) não se aplica bem,
quer para a escrita, quer para a leitura. Existem várias sílabas que
comportam mais letras do que as que pronunciamos: temos sílabas até de
cinco letras, como, por exemplo, a sílaba trans da palavra transformação (imagine alguém soletrando ou fonetizando som por som nesta palavra!) ou a sílaba chu da palavra chuva.
Por
outro lado, a seqüência baseada na complexidade é organizada do ponto
de vista do adulto e, às vezes, sem uma precisão conceitual sobre o que
torna a sílaba mais fácil ou difícil. Seria sua freqüência maior no
Português? Seria sua regularidade na relação fonema/grafema, como por
exemplo, a sílaba composta de consoante + vogal, que pode ser
decodificada com certa regularidade, independente de estar localizada
do início, no meio ou no fim da palavra? Um exemplo claro relacionado
às decisões sobre o que é mais fácil para a criança é a apresentação
inicial das vogais, seguida dos "encontros vocálicos", que iniciam o
trabalho nos métodos silábicos. Por incrível que pareça, as vogais
isoladas ou unidas a outra vogal não são as sílabas mais freqüentes do
Português. Uma sílaba, tal como o tra da palavra trator, pode
ser considerada complexa por autores de cartilhas e, ao mesmo tempo,
ser muito utilizada em palavras que os alunos conhecem.
Outro problema que geralmente aparece na organização dos métodos silábicos é que os textos "fabricados" para treino das sílabas são artificiais, muitas vezes sem sentido e descolados de qualquer uso social.
O boi bebe.
O boi baba.
O coco caiu.
Bia é a babá.
*Que uso social, que utilidade se poderia dar às frases acima? Que sentido elas teriam para quem está sendo alfabetizado?
Em
síntese, os métodos que seguem a marcha sintética (das partes para o
todo, da análise para a síntese) e que demonstram rigidez no controle
das aprendizagens, tendem a priorizar apenas a decodificação, ou seja, a
análise fonológica, com pouca ênfase no sentido do texto e no uso
social da escrita.
O método alfabético trazia uma vantagem: no próprio nome de cada letra do alfabeto (com algumas exceções) está contido o seu som. Entretanto, no momento de leitura das palavras, na junção das partes feita mediante a pronúncia do nome da letra, ocorria um percurso tortuoso. Era preciso pronunciar primeiro o nome da letra, mas também tentar abstrair os outros sons existentes em seu nome. Isto era necessário porque, ao se pronunciar o nome da letra, entravam sons que não pertenciam à sílaba ou à palavra. Tente imaginar a abstração necessária ao aprendiz, para retirar o excesso de sons na palavra que se soletra assim: "bê a/ba, ene a/na, ene a/na: banana". Talvez por isso tenham sido criados outros alfabetos, como o alfabeto popular de regiões do nordeste: a, bê, cê, dê, ê, fê (...) lê, mê, nê etc, que ajudam a eliminar algumas sobras de sons, na hora da junção de letras. Assim, se poderia soletrar, com menos sacrifício: "bê-a-ba, nê-a-na, nê-a-na: banana". Palavração: o aluno aprende palavras e depois as separa em sílabas para com estas formar novas palavras. Exemplo: Método Paulo Freire Sentenciação: o aluno aprende uma sentença (frase) que depois é dividida em palavras que são divididas em sílabas. Com estas últimas aprendidas, o aluno lerá novas palavras. Texto: o aluno é apresentado a um texto lido pelo professor que depois destaca uma frase, uma palavra, até chegar às sílabas ou às letras para formar novas palavras.
No método de sentenciação,
a unidade é a sentença que, depois
de reconhecida globalmente e compreendida, será
decomposta em palavras e, finalmente, em
sílabas. Um outro procedimento descrito
na história desse método (GILDA
SOARES: 1986) é a estratégia de
comparar palavras e isolar elementos
conhecidos nelas, para ler e escrever
palavras novas.
Braslavsky (1985) descreve o método da
frase, que parece ter um sentido
similar ao método de sentenciação,
destacando que se faz nele o uso de um
grupo de palavras com sentido desde o
começo da alfabetização. Segundo a
autora, o ponto de partida são
atividades de expressão oral das crianças,
cujos enunciados são simplificados em orações
simples e escritos em faixas de distintos tamanhos,
exibidas na sala de aula para que as crianças
possam ilustrá-las, conservando-as numa
certa ordem. Essas frases podem depois
ser consultadas para que as crianças
encontrem nelas novas palavras e
combinações.
No Brasil, embora haja menção aos
métodos analíticos, desde o final
do século XIX, parece vir mais tarde, na
década de 30, a denominação
“método global de contos ou de historietas”.
Nesse método, a unidade tomada como ponto
de partida é o texto. O método global
de contos traz diferentes contribuições
de Decroly, que segundo Braslavsky (1995)
organiza um corpo de doutrina sobre o
método, a partir dos seguintes
princípios:
- Princípio do interesse
- Princípio da globalização
- Percepção visual como atividade predominante
- A leitura se faz por idéias e não por sinais gráficos
Exemplo: método de contos
Método global de contos
Mais
tardios, do ponto de vista histórico, são o aparecimento e a
utilização do método global de contos ou de historietas. Neste método, a
unidade tomada como ponto de partida é o texto.
Na
produção dos chamados pré-livros, tanto poderia ser utilizado um texto
já conhecido de antemão (como foi o caso do pré-livro Os Três Porquinhos,
de Lúcia Casasanta) como um texto desconhecido, em que cada lição é um
conto completo, ainda que os personagens sejam os mesmos (neste caso, O Livro de Lili, de Anita Fonseca, autora mineira, é exemplar desta forma de organização).
A
marcha seguida, então, com algumas variações, parte do reconhecimento
global de um texto, que é memorizado e "lido" durante certo período,
para o reconhecimento de sentenças, seguido do reconhe cimento de
expressões (porções de sentido), de palavras e, finalmente, das
sílabas. Aqui não estamos falando de um processo seqüencial e quase
simultâneo entre essas fases. Tomando como foco o sentido, o professor
encaminhava o processo de alfabetização, utilizando, por um período
mais longo, os textos completos de várias lições seguidas. Somente após
este convívio maior com o texto é que viria uma forma de decomposição,
mas com o cuidado de fragmentar o texto em parcelas maiores como a
sentença e a palavra. Assim, se um livro constava de 10 lições, após a 4a lição, por exemplo, é que se fazia a fragmentação em sentenças da primeira lição aprendida. Quando se estava na 6a lição é que se fazia a palavração da 2a. lição,
e assim por diante. Este movimento mostra o cuidado em não se chegar,
de forma abrupta, a unidades menores e, portanto, sem sentido.
Na
versão desenvolvida pelo grupo ligado ao antigo PABAEE (Programa
Brasileiro Americano de Apoio ao Ensino Elementar), o conto já era
dividido em sentenças e palavras desde o primeiro dia em que era
estudado. Apenas a divisão em sílabas era feita um pouco mais tarde,
porém bem antes do que acontecia no caso dos pré-livros O Livro de Lili
e Os Três Porquinhos. Nessa linha, o material mais conhecido foi O
Barquinho Amarelo, de Ieda Dias da Silva.
No
entanto, nos primórdios dos métodos globais, nem sempre se pensou em
adotar um procedimento de escolha anterior de textos ou de um livro. Na
França, segundo Anne-Marie Chartier e Jéan Hébrard (2001), cabia aos
professores fazer a produção de lições, o que incluía produzir textos
com as crianças e fazer materiais, incluindo até a produção de
ilustrações. Assim, cada classe teria suas histórias e cada professor
produziria seu "livro". Isto gerou muitas resistências dos professores
e a demanda para que se produzissem materiais de apoio, para uso em
sala de aula.
O caso de Minas
Gerais é emblemático. Logo que o método global foi divulgado no estado,
a partir da Escola de Aperfeiçoamento, localizada na capital (hoje
Faculdade de Educação da UEMG), havia a demanda dos professores para um
direcionamento maior, o que gerou a produção de pré-livros e cartazes
como material de apoio. Antes, estes materiais eram produzidos por
alunas e testados nas classes anexas da Escola de Aperfeiçoamento e nas
escolas de BH. Assim, o que era uma tarefa das alunas de um curso de
formação de professores gerou a produção de livros didáticos que foram
editados e utilizados no estado e no país como um todo.
No
Brasil, os métodos globais que foram descritos até o momento
apoiaram-se em materiais escritos e não deixam de apresentar uma
progressão em termos de sua apresentação e análise. Os textos não
apresentavam problemas de simplificação na escolha das palavras, mas os
autores procuravam contemplar os principais casos de
regularidade/irregularidade do sistema ortográfico do Português. Ainda
assim, não partilham da mesma linguagem existente nos textos
autênticos, como os das histórias infantis.
Os
métodos globais têm uma vantagem. A língua é apresentada mais inteira,
mesmo quando se elege a organização por palavra ou sentença, e a
criança tem acesso ao significado. Pode "ler" palavras, sentenças ou
textos desde a primeira lição, por reconhecimento global. Assim,
mantém-se o interesse. Este tipo de leitura, com foco na memorização
global, possibilita que os alunos não se percam na tentativa de
decodificação e que leiam com rapidez palavras conhecidas. No entanto,
há também desvantagens. Se os alunos não decodificarem, como lerão
palavras novas? Como o professor pode saber se os alunos estão
realmente lendo ou decorando?
Em
síntese, poderíamos dizer que os métodos globais, tal como foram
popularizados, seguem a marcha analítica (do todo para as partes, da
síntese para a análise), priorizam o sentido e estabelecem algum tipo
de progressão na fragmentação das unidades que serão analisadas. Esta
progressão também define a intervenção do professor.
O método natural, o método de imersão: um novo método?
Para
alguns autores (Soares, Gilda, 1986) há relações do método global,
com o método natural, com algumas diferenças: haveria uma produção mais
"espontânea" de textos, que seriam escritos pelas crianças, de acordo
com um repertório mínimo de palavras conhecidas pela classe. A partir
daí, seria desencadeado um método natural de aprendizagem da leitura.
Para
Anne Marie Chartier e Jean Hébrard (2001), o método natural
protagonizado por Freinet e assumido por ele como uma adesão ao método
global de leitura, teria como foco a produção escrita. Na tarefa de
escrever, a criança teria necessidade de solicitar a um adulto um
modelo gráfico das palavras. Para ele, a vontade de escrever da
criança seria mantida por incentivos para que se comunicasse à
distância. A leitura, assim, seria conseqüência da escrita. O adulto
entraria informando, quando necessário, as formas escritas que estariam
impedindo a criança de pensar no significado e, à medida que fossem
escrevendo, gravariam a forma global das palavras. Estariam também
atentas à decodificação, em fase posterior. A produção de uma imprensa
pedagógica é central no método natural de Freinet. Nesta pedagogia, as
crianças escrevem porque é preciso realizar um jornal escolar e trocar
correspondências. Percebe-se, assim, que a produção de textos visava a
cumprir uma função social.
Na
apropriação feita pelos professores franceses, o método natural sofreu
algumas alterações: após discussões livres, os professores encaminhavam
com a classe a escrita de uma frase ou texto, lido e copiado no
caderno. O texto era transformado em letra script e depois
impresso com a escolha dos alunos "tipógrafos do dia". Esse texto era
conservado na versão copiada e impressa, impresso em cartolina e
cortado em tiras para ser remontado.
A
questão da decodificação só se tornava necessária, em determinada
época do ano, na qual os alunos trocavam arquivos entre salas e era
necessário ler palavras novas. O professor intervinha, com comparação
entre as palavras novas e as memorizadas, propondo a análise em forma
de jogo. Com o tempo, constatou-se que a correspondência e a imprensa
nas escolas tornaram-se atividades mais esporádicas e os princípios
defendidos por Freinet foram abandonados.
Na
França, este método chega ao auge em 1960 e modifica-se, quando o
fracasso escolar obriga a um movimento de volta aos métodos mistos. No
Brasil também esta oscilação entre métodos se faz presente. Voltando à
história de Minas Gerais, constatamos que após anos de indicação
oficial do método global temos, nos anos 70, a introdução do projeto
Alfa, para classes com dificuldades de aprendizagem, nas quais se adota
o método fônico. Até hoje, muitos professores permanecem com métodos
sintéticos ou aderem a métodos mistos.
Os
métodos hoje denominados de imersão seguem um princípio parecido com o
do método natural e privilegiam a escrita e a leitura quando estas se
fazem necessárias nos eventos de letramento. Um risco que se corre, quando
os professores não fazem uma intervenção no processo de uso _ para
informar e apresentar situações-problema em torno da análise do sistema
_ é que se caia num espontaneísmo que prejudica e interfere numa
função inalienável da escola: a de ensinar.
O construtivismo: uma concepção de aprendizagem ou uma pedagogia da alfabetização?
O
construtivismo como teoria psicológica aplicada à compreensão do
percurso vivenciado pela criança, na tentativa de compreender como a
escrita funciona, foi-nos apresentado por Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, na década de 80. No livro intitulado "A psicogênese da
língua escrita", as autoras propõem uma inversão na discussão: mais do
que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de
aprendizagem que a criança vivencia ao tentar reconstruir a
representação do sistema alfabético. Assim, o que as autoras apresentam
é uma descrição do processo evolutivo da criança.
Interpretando
os desdobramentos desta teoria, podem-se ressaltar alguns princípios
básicos que induzem o professor a ter outra postura perante o aprendiz.
Este é um sujeito que:
· tem acesso à escrita na sociedade, antes de passar por um processo sistemático de ensino na escola;
·
tem um processo lógico de pensamento e cada "erro" de escrita que
produz indica uma hipótese sobre o conteúdo do sistema alfabético de
escrita;
· constrói conhecimentos
em situação espontânea, desde que conviva com o sistema de escrita e
que obtenha algumas informações sobre seu funcionamento.
Dessa forma a escola precisa compreender que:
· um método não é o único determinante da aprendizagem, sendo preciso considerar o processo do aprendiz;
·
o contexto escolar deve propiciar a experimentação em torno da
escrita, sem provocar nos alunos o medo de avaliação de "erros";
· o material usado na escola deve ser aquele que representa a diversidade de uso da escrita existente na sociedade;
·
é necessário, antes de iniciar o ensino e durante o processo, saber em
que nível de compreensão da escrita o aluno se encontra e, para isto, é
importante que a escola construa instrumentos que permitam ao aluno
expressar, sem medo, o que sabe e que o professor precisa conhecer as
teorias sobre o "como se aprende", para interpretar os resultados;
· a escrita/leitura devem ser aprendidas em uso social.
Um
ponto que precisa ser ressaltado é que o construtivismo de Emília
Ferreiro é uma teoria psicolingüística (a que explicita como os
aprendizes organizam psicologicamente a aprendizagem de um conteúdo de
escrita) e não uma teoria pedagógica sobre como ensinar. No entanto,
mesmo que as práticas dos professores chamados "construtivistas" ainda
não estejam sendo devidamente organizadas para configurar um método
pedagógico, o chamado construtivismo, quando é adequadamente aplicado,
parece adotar princípios gerais do método natural e de imersão e, em
vários momentos, é necessário abordar unidades menores de análise como a
letra, o fonema ou a sílaba, mesmo quando alguns de seus adeptos negam
a idéia de método.
Em texto
sobre o tema, no qual discutem o que recuperam dos métodos diretos e
dos métodos de imersão (ou linguagem integral) Ana Teberosky e Teresa
Colomer (2003) afirmam que:
(...)
o enfoque construtivista compartilha com a linguagem integral o
objetivo de fazer com que as crianças entrem no mundo do texto escrito e
da cultura escrita. Ainda que suas propostas sejam diferentes,
compartilha com o ensino direto a necessidade de compreender o
funcionamento do sistema. Para o enfoque construtivista, facilitar o
processo de compreensão da natureza do sistema _ e, portanto, a análise
de palavras em fonemas _ e facilitar a participação em atividades de
escrita são objetivos complementares, não sucessivos, como sustenta o
ensino direto, nem tampouco alternativos, como sustenta a linguagem
integral, e ambos podem realizar-se conjuntamente na mesma aula. (p.
98)
Temos também novas demandas e
descobertas que levam os professores a eleger mais conteúdos para a
alfabetização. É o que veremos no próximo tópico.
É raro encontrar uma sala de aula onde se possa ver um método "puro". Via de regra o professor segue um método e lança mão de recursos de outro. Quando esta mistura é intencional e sistematizada, chama-se método misto ou eclético. Este método era o mais encontrado há 10 anos atrás. Hoje o que se vê nas escolas públicas das principais cidades brasileiras é a ausência de método, o não método preconizado pelo construtivismo. É preciso que se compreenda que os métodos de alfabetização dão segurança aos professores, sobretudo aos mais inexperientes, e eficácia ao trabalho. Orientação dos PCNs Diagnóstico prévio do aluno antes de optar por qualquer método. Algumas crianças entram na primeira série sabendo ler. O professor lê textos em voz alta e é acompanhado pela classe, que tem em mãos os mesmos textos. Os alunos são estimulados a copiar textos com base em uma situação social pré-existente: por exemplo, eles ouvem poesias e compõem, por cópia ou colagem, seus cadernos de poemas favoritos. A leitura em voz alta por parte dos estudantes é substituída por encenações de situações que foram lidas, desenhos que ilustram os trechos lidos etc. As crianças aprendem a escrever em letra de forma; a consciência fônica é uma consequência. Não utiliza cartilhas. Fonte: Uol Folha, Artigo de Eloísa Meireles sobre Métodos de Alfabetização, Artigo de Isabel Cristina Alves da Silva Frade*: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - ASPECTOS METODOLÓGICOS : MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO; |